Roberto Freire, um dos líderes políticos mais conhecidos do Brasil, tem um objeto inusitado como uma de suas relíquias mais importantes: um telefone velho. Sim, o telefone de discagem, que muitas pessoas hoje em dia nunca usaram na vida. Segundo Freire, esse telefone é seu favorito de todos os tempos, e ele tem uma razão muito pessoal para isso.

Em uma entrevista recente, Freire relembrou o momento em que adquiriu o telefone. Foi no final da década de 1960, em plena ditadura militar brasileira. Naquele tempo, as comunicações eram vigiadas de perto pelo governo, e políticos da oposição como Freire tinham que se cuidar muito para evitar serem espionados. Fazer ligações em telefones públicos ou em casa era arriscado, pois as conversas podiam ser interceptadas.

Foi quando Freire descobriu que um amigo estava vendendo um telefone que tinha uma particularidade: ele ficava em uma linha telefônica rural, que não era monitorada pelo governo. Era uma verdadeira raridade na época, mas o preço era alto. Freire teve que vender uma de suas poucas bens para conseguir comprá-lo.

O telefone foi instalado na residência de Freire, em um bairro tranquilo de Recife, capital do estado de Pernambuco. A partir desse momento, ele se tornou uma espécie de conexão segura com o mundo exterior para Freire e seus companheiros políticos. Nós usávamos esse telefone para falar com outras lideranças de várias partes do Brasil, para planejar manifestações, para pedir ajuda internacional, contou Freire na entrevista.

O telefone também se tornou um símbolo das batalhas de Freire e seus aliados contra a repressão da ditadura militar. Ele não só era uma ferramenta, mas um objeto que trazia esperança e força para aqueles que lutavam por um Brasil livre e democrático.

Com o fim da ditadura em 1985, Freire continuou a usar o telefone por um tempo, mas aos poucos ele foi perdendo a função que tinha antes. As comunicações passaram a ser mais simples e seguras, os telefones evoluíram e as linhas rurais se tornaram menos relevantes. Mas o telefone nunca perdeu seu valor afetivo para Freire. Ele o mantém até hoje em um canto especial de sua casa, como uma lembrança de um tempo importante em sua vida.

Para Freire, o telefone não é apenas um objeto, mas uma conexão com suas próprias memórias e com a história do Brasil. Esse telefone é parte da minha história pessoal, mas também da história de nosso país, afirmou ele. Quando eu o vejo, me lembro de como foi difícil lutar contra a ditadura, mas também de como nós conseguimos vencer. É uma emoção muito forte.

A história do telefone favorito de Roberto Freire é comovente e inspiradora. Ela mostra como um objeto pode ter um significado muito maior do que sua utilidade prática, e como as tecnologias podem se tornar aliadas importantes na luta por nossos sonhos e ideais. Que tal olhar para seus próprios objetos pessoais com um olhar mais carinhoso, e descobrir as memórias e histórias que eles guardam?